Michelle
Potapovas Conte
Aquele cubículo escuro e abafado,
banhado apenas pela luz laranja do abajur de pedra em cima de mesinha, a garota
mais indefinível do mundo está a escrever e refletir, sobre a vida, os
planetas, as profissões e principalmente, as dúvidas mais estranhas que alguém
pode ter a respeito de nossa existência na Terra. Ajeita o lápis na mão
novamente e continua a escrita lenta e pesada. E em meio a tantas cobranças e
questionamentos, ela mais uma vez nessa semana se sente presa em seu próprio
quarto, não apenas por ele ser minúsculo, mas por se sentir presa também a um
corpo que não lhe corresponde. Ela deixa o caderno e o lápis sobre a cama onde
estava sentada e levanta-se, abre a janela em busca de ajuda, para que um pouco
de ar possa inundar aquele aperto dentro do quarto e dentro do peito.
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